Pearl Primus foi antropóloga, bailarina, coreógrafa e educadora. Nasceu em 29 de novembro de 1919, em Trinidad e Tobago. Seus pais, Edward e Emily Primus, imigraram para Nova York, nos Estados Unidos, no ano de 1921. Em 1940, ela concluiu o curso de bacharelado em biologia e ciências médicas no Hunter College. Entretanto, sua trajetória na área foi dificultada pelo racismo, que inclusive encontrava respaldo nas leis segregacionistas que perduraram até o final da década de 1960. Ao buscar assistência na National Youth Association, Primus passou a participar de grupos de dança e o seu talento foi rapidamente percebido.

Em 1941, ela recebeu uma bolsa de estudos, começando a se apresentar como solista em diversos espetáculos. Alguns anos mais tarde, a bolsa oferecida por uma agência federal a permitiu viajar pelo continente africano, com o intuito de aprender diferentes estilos de dança. No retorno aos Estados Unidos, Primus se dedicou a ensinar e a divulgar as coreografias que havia aprendido e documentado, ao mesmo tempo em que a sua atuação artística passou a revelar uma postura crítica e de denúncia contra o racismo e a discriminação racial. O seu principal espetáculo de contestação foi Strange Fruit, cuja coreografia tem como tema os linchamentos de pessoas negras nos Estados Unidos, além de se referir diretamente à canção composta por Lewis Allan e gravada por Billie Holiday em 1939 e ao poema de Abel Meeropol, de 1937.

Primus expedicionou com a sua própria companhia de dança, apresentando-se em diversos países. Inaugurou uma escola de dança no bairro do Harlem, em Nova York, e em 1953 retornou a Trinidad e Tobago para estudar as danças de seu país de origem. No ano de 1978, concluiu o doutorado na Escola de Educação da Universidade de Nova York.

Para saber mais:

SCHWARTZ, P.; SCHWARTZ, M. (2011). The Ph.D. In: The dance claimed me: a biography of Pearl Primus. New Haven & London: Yale University Press. PDF

Obras

1950. Earth Theatre. Theatre Arts, 34(12), 41.

1950. People and Ideas: In Africa. Vogue (New York), 116(7), 98.

1968. A Pilot Study Integrating Visual Form and Anthropological Content for Teaching Children Ages 6 to 11 about Cultures and Peoples of the World; Specifically, the Preparation of a Danced Presentation with Lecture Interpreting Some of the Cultural Values in West and Central African Communities. Final Report.

1980. Dance among Black people in America. New York: City College of New York.

1980. Anthropological study of masks as teaching aids in the enculturation of Mano children. Ann Arbor, Michigan: University Microfilms International.

1993. Marian chace annual lecture: Cultural bridges. American journal of dance therapy, 1993, Vol.15 (1), p.5-10. Online